Camaleão
Diante da dificuldade de aceitar o bom. E de não sentir-se merecedora... descobriu em si a imagem de um Camaleão, falso, pois eis que adaptava-se as cores. Mesclava-se , e assim misturava-se a outra realidade, e que ao fazer parte, parecia ser o que não era. E se perdia do propósito que queria, misturava-se e prosseguia, levada por ventos e marés, sem saber mais quem és. Mas o que era então?
Camaleão tornou-se ao perder a mãe que lhe ensinara que na vida, temos que dançar conforme a música.
Depois de sua mãe partir, teve que ir mesmo sem saber como ir.
Teve que se adaptar: lavar, passar, cozinhar, estudar.... deixando de lado o brincar, o cantar, o desenhar.
Teve que adentrar na selva escura, mesmo quando queria parar: se embrenhar
Mudou tantas vezes de cores. Influenciava-lhe os amores.... a quem admirava, levá-lhe novas cores, que lhe davam a chance de fugir de suas dores internas.
Subiu montanhas e fez esforço. Um colosso. Roeu muito osso. Verteu muita lágrima na colossal cratera interior... dissabor da tragédia que desabou.
Chorou e se adaptou
Mudou, remudou, se adaptou.
Descobriu que nada é como realmente aparentava ser
E que uma coisa não era uma coisa só. Era duas ou mil. Mil momentos. Lamentos e risos. Desafios e regozijos entre acertos e desacertos.
Camaleão se camufla, se esforça...
Mas agora conhece sua cor interior. E nele se conforta. Fez do seu interior um ninho...e agora caminha devagarinho.
Prepara-se não mais para mudar de cor, mas pra virar passarinho.
E alçar vôos pelo planeta
Flavia Valença
Enviado por Flavia Valença em 13/04/2021
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