Seu escurinho bamba
Sua ginga é síncope que dá samba
Sobe desce ladeira
Não perde a gafieira
Vendeu fruta na feira
Madrugou a vida inteira
Bohemia era seu lugar

Não gostava, mas sabia bem brigar
Derrubou um, dois, três
Mas se lhe perguntar, não fazia outra vez
Preferia era galantear
Com seu terno branco, desfilar
E fazer sua história: falar, cantar a vida simplória que há

Mulato bom.... não deixava aquém  
Dizem, que era doce como ninguém
E gostava de um bem, berembémbém
de um benzinho
Tratava a dama com carinho
Ninguém segurava-lhe o caminho,
se um rabo de saia passasse por lá: lá ele ia ficar!
Um mulherengo pra danå

Ah mulato aclabocado
De olhar amendoado
De sorriso que vai de lado à lado
E se fez por rogado
Merecidamente honrado
Um escurinho direitinho.
Um escurinho de sua escurinha
Reservado. Sem ladainha.

Fez  Cartola à sua escola
Cantou à falsa baiana pras cabrochinhas
Canto às festas do Morro, quando Bento fez ano
E foi até Caxias se benzer, ora veja você.
Falou do Ministério da economia
Denunciou quando a Polícia o morro subia Canto à Florisbela também .
Afinal, razão se då à quem tem.
Razão se dá à quem tem.

Buscou acertar até no milhar
Mas com Euliria não preciso se separar.
Nunca com ela se juntou!
Vivei e saracuteou.
Da vida aproveitou.

Viveu sua mineirice.
Não ficou no disse me disse.
Foi ao tete-a-tete
No Elite. No café Nice.
Foi o mulato maroto
Não escapava-lhe um broto
Só se a bebida deixava-lhe roto
Cachaça com laranja Lima, um toco
A lhe zumbizar no ouvido
Virava temido, aquele que era pacato cidadão

Só que não
Só que não
Isso é só uma versão

Em homenagem à Geraldo Teodoro Pereira
Aniversariante de 23 de Abril, dia de São Jorge, e do meu tio Jorge Valença ( in Memorian Daiana Valença ), de quem sinto falta a alegria.

#flaviavalencalimapoeta

Reli o livro pra escrever essa prosa poética
Livro:  um certo Geraldo Pereira. Es. CNDA
Autores: Alice Duarte Silva de Campos, Dulcinéia Nunes Gomes,  Francisco Duarte Silva e Nelson Matos ( Nelson Sargento)

Uma excelente obra! RECOMENDO