Até que um dia, pó, possa alçar meu voo na superfície de um amanhã
Minha mente, mente
O meu calo fica dormente
Aflora minha dor de dente
E, comumente, meu peito sente que sente
É como que uma estaca, fincasse
É como que uma saudade apertasse
E como se um vazio crescesse
Como que, caísse eu, num grandioso buraco sem fundo
E quase, que acaba meu mundo
Arrepio: a alma
Arredio: a calma
E arredo: mas não nego
Caio em mim. Sou assim: meio barro, meio tijolo
Feita de matéria prima
Matéria fina. Matéria filha. Matéria mulher.... Sabe como é: matéria para o que der e vier
Até que um dia, pó, possa alçar meu voo na superfície de um amanhã
Flavia Valença
Enviado por Flavia Valença em 08/04/2020