Bem Vinda ao Seculo XXI
Aqui. Hoje. Século XXI – no deserto do real. Tudo que se enxerga é miragem.
É a mentira do fundo do abismo: quanto mais longe mais perto está do fundo; no fundo no fundo é aonde no futuro tudo vai estar.
Não é de lá que saímos?
Ou será que viemos do mar?
O pássaro preso? Ou se morre ou não sabe que está.
Morre de morte morrida.
Ou morre sem antes morrer. Por desconhecer-se.
(Penso lembrando-me do pássaro papagaio vizinho: na hora da revoada das araras, não emiti nenhum piar. Sabe lá ele se é passarinho. Sabe lá, se nunca soube o voar?)
E o homem esquece que Sabiá sabia assobiar.
Esquece o pé de Laranja Lima.
Esquece como se ensina
A não saber e ir buscar.
FVL
#flaviavalencalimapoeta
Flavia Valença
Enviado por Flavia Valença em 10/12/2018
Alterado em 13/08/2019